Morte de sul-africano ensombrou prova e espírito dos pilotos

Paulo Gonçalves, da Repsol Honda, voltou hoje a melhorar a sua prestação no Lisboa/Dakar 2007. Durante esta quarta Etapa que ligou El Rachidia a Ouarzazate composta por 405 quilómetros cronometrados, “Speedy” logrou terminar com o 19º tempo e subir mais duas posições na geral, estando agora às portas dos 20 primeiros.

Mas a verdade é que se tratou de uma Etapa dura para o piloto português, não por dificuldades competitivas, mas pela tragédia com que se deparou pouco antes do meio da Especial. “Foi uma Especial que não correu nada bem, muito desagradável mesmo. Ao quilómetro 142 encontrei o sul-africano Elmer Symons caído e muito mau estado mesmo. Fui o segundo a chegar ao local e acabei por ser eu quem chamou a assistência médica, que levou apenas dois ou três minutos a chegar até nós. Foram mesmo muito eficientes, mas não sei se terá sido o suficiente”, começou por afirmar o piloto de Esposende, na altura, ainda sem saber que realmente o desfecho tinha sido o mais negro.

“Foi uma coisa que me afectou um bom bocado. Não consegui parar de pensar no que vi, no que nos pode acontecer a todos de um momento para o outro, e estava de tal forma distraído que cerca de 20 km depois tive de travar muito forte porque estava a entrar numa zona de velocidade controlada por radar e nem me estava a lembrar desse detalhe. Ainda nem sei se excedi o limite ou não”, confessou o piloto da Repsol Honda que conta com o apoio da CrossPro.

No que respeita à competição em si, Paulo Gonçalves voltou a deparar-se com alguns problemas na alimentação da gasolina, mas mostra-se confiante. “Tal como ontem, voltei a ter alguns problemas com a gasolina. Pensava que estava a ficar com pouco combustível, mas na verdade o problema parece estar no tubo do tanque frontal direito. Vou ter de fazer uma ligação nova para solucionar o que não consegui ontem. Ainda perdi algum tempo com isto, havia zonas de 140 ou 150 km/h onde rodei apenas a 110. Ainda assim, consegui terminar em 19º e estou às portas do 20 primeiros da geral”, rematou Paulo Gonçalves compreensivelmente abatido pela fatalidade com que acabou por se deparar hoje.