Jean-Louis Dronne operado esta manhã nas Canárias

Depois de ter abandonado, na etapa de ontem, em consequência de um acidente, Adélio Machado já está a caminho de Portugal conduzindo o seu Toyota Land Cruiser de prova. Agora, a principal preocupação do piloto é o estado de saúde de Jean-Louis Dronne.

“Neste momento não quero saber de corridas. A minha única preocupação é o estado de saúde do Jean-Louis. Sei que foi operado à coluna, esta manhã, num dos melhores hospitais das Canárias, embora não se saiba ainda qual o resultado da intervenção”, referiu o piloto, ainda em Marrocos, mas já perto de embarcar para Espanha.

A ocorrência que obrigou a equipa da Padock Competições a abandonar o Lisboa/Dakar, aconteceu poucos quilómetros antes do primeiro controlo de passagem.

“Não era o nosso dia. Perto do quilómetro 160, partimos uma rótula da suspensão do Toyota. Parámos mais de meia hora para proceder à sua substituição e continuámos num ritmo normal. Pouco depois, ao rolar no pó de um camião, deparou-se-nos por uma vala muito profunda, que nos impulsionou para um enorme salto com uma aterragem bastante violenta. O Jean-Louis estava a ler o road book e foi surpreendido pelo salto do carro. Rolei ainda dois ou três minutos, mas ele pediu-me para parar, pois estava cheio de dores e não conseguia movimentar-se da cintura para cima. Accionei, de imediato, a baliza de segurança e o helicóptero da organização surgiu cerca de meia hora depois. Devido à situação física do meu navegador, demoraram cerca de duas horas para o retirar do carro, prestando-lhe todos os cuidados médicos, antes da evacuação para um hospital nas Canárias. Como o carro estava em perfeitas condições, acabei por passar pelo CP1 a rolar, tendo parado pouco depois”, relatou, bastante desanimado, Adélio Machado.

Este não era, seguramente, um Lisboa/Dakar idealizado pela equipa Padock Competições. O piloto de Vila Nova de Famalicão tinha como objectivo lutar pelos primeiros lugares do agrupamento T2, tendo averbado já duas vitórias na segunda e terceira etapas.

“O Jean-Louis deu-me sempre uma forte motivação para a vitória no T2. Era sempre ele, quem me incentivava para andar mais rápido. Foi muito complicado tudo aquilo que aconteceu. Após a ocorrência, ele estava zangado consigo próprio, pois devia estar sempre preparado para uma situação do género. A sua enorme experiência em pistas deste tipo e os cursos de condução que habitualmente ministra no deserto indicam sempre que situações destas são frequentes e que, por isso, há que ter o corpo preparado para um embate mais violento”, desabafou Adélio Machado, que neste momento só tem uma preocupação: “Estarei em Portugal, durante a madrugada e assim que chegar a Lisboa vou de imediato para as Canárias, para me inteirar do estado de saúde do Jean-Louis”.

Esta edição do Euromilhões Lisboa/Dakar foi demasiado curta para Adélio Machado e Jean-Louis Dronne. O navegador francês recupera, agora, de uma intervenção cirúrgica à coluna vertebral.