12ª etapa sob segurança militarMais um obstáculo foi superado pela equipa laranjinha de Mário Ferreira e José Carlos Sousa, nesta espécie de “big brother” que é o Dakar. Com efeito, todos vamos sabendo (quase) tudo à distância de milhares de quilómetros e eles, os mais interessados, os que dão a cara, pouco ou nada sabem do que se passa, no dia a dia, para além do esforço despendido.
“Tudo estava em alerta no Mali e o exército, bem armado, permanecia ao longo das estradas. Para além de um furo, que nos atrasou um pouco, foi sempre a andar, num percurso de alto risco, na savana e entre árvores, através de vias estreitas, com muitos buracos, onde o risco do atravessamento de pessoas e de animais era constante… para além de algumas árvores, insatisfeitas de permanecer no mesmo sítio, anos a fio, que de repente, espreitavam! ”, comenta Mário Ferreira. E recorda um episódio com piada:
“Depois de substituirmos a roda, reentrámos no carro para arrancar e subitamente, ouvimos uma voz feminina a perguntar, em inglês, se estava tudo bem! Era da central da organização, através do iritrack, que quando detectou a nossa paragem, quis saber se alguma coisa se passava… que diabos, sempre estávamos no Mali! ”
Agora, todo o cuidado é pouco e já não pensamos noutra coisa, senão chegar a Dakar, diz José Carlos Sousa, que acrescenta: “Depois dos sustos dos atascanços nas dunas, perdidos na imensidão da noite e sem horas para chegar, até com algum receio no espírito, reconheça-se, tudo isto já não nos assusta e só um azar nos pode roubar a alegria suprema de chegar ao fim! ”
A 13ª etapa, amanhã, levará os concorrentes de Kayes a Tambacounda, já no Senegal, num percurso total de 458km, durante o qual será disputada, a partir das 10h05 para os Auto, uma especial na extensão de 260km.
Mário Ferreira/José Carlos Sousa obtiveram, hoje, o 93º lugar, com 04h41. 39, partindo para Tambacounda na 106ª posição. |