Os elefantes (parte2)

Na África Negra, quando se é empurrado para o fim da caravana, são necessários dois ou três dias para um concorrente conseguir chegar até à sua posição natural. A culpa é dos “elefantes”.

Dez camiões e oito carros ultrapassados é o resumo de mais uma etapa de Ricardo Leal dos Santos, a penúltima do Euromilhões Lisboa-Dakar 2007, hoje, disputada entre Kayes e Tambacounda. O piloto do Cetelem Desert Team, empurrado para o fim da caravana, na etapa maratona da Mauritânia, tem vindo, desde há três dias, a tentar encontrar uma posição na pista, que lhe permita retomar o seu andamento normal na competição. Nos 260 quilómetros de sector selectivo da etapa de hoje, rodou ao lado de uma autêntica manada de elefantes, que são os camiões do meio da tabela classificativa.

“Já ontem o tinha referido, mas hoje, ainda foi mais complicado. À medida que nos vamos aproximando dos camiões da frente, não só as dificuldades são agravadas, como a agressividade é muito maior. Para eles, aqueles arbustos, que já faziam mossa no meu Mitsubishi Pajero, são pisados como se nada fosse. A analogia com uma manada de elefantes em debandada é aquilo que me parece mais adequado. Felizmente que para a etapa de amanhã, só partem seis camiões à minha frente. Mas são os mais rápidos e a pista também é mais larga, mais limpa e com mais espaços. Espero terminar com um bom resultado, tal como aconteceu no ano passado”, salientou Ricardo Leal dos Santos, à chegada a Tambacounda.

Classificação na 13ª etapa: 1º C. Sainz / M. Perin (VW), em 2h30m22s; 2º S. Peterhansel/J. P. Cottret (Mitsubishi), a 26s; 3º M. Miller/R. Pitchford (VW), a 2m18s; … 58º Ricardo Leal dos Santos (Mitsubishi Pajero DiD), a 58m19s.

Classificação após a 13ª etapa: 1º S. Peterhansel / J. P. Cottret (Mitsubishi), em 43h 13m22s; 2º L. Alphand / G. Picard (Mitsubishi), a 11m15s; 3º J. L. Schlesser / A. Debron (Schlesser), a 1h38m47s; … 72º Ricardo Leal dos Santos (Mitsubishi Pajero DiD), a 32h56m14s.

Amanhã, a caravana do Euromilhões Lisboa-Dakar, chegará, finalmente, à capital do Senegal. Uma especial diferente das demais, com piso muito escorregadio e a pedir grande domínio na condução e na navegação.