O KH-7 Epsilon Team já está pronto para partir rumo ao deserto do Atacama se bem que as últimas horas tenho sido mais complicadas do que seria normal. No percurso das verificações técnicas, que deveriam ser um mero tramite, o dispositivo de GPS instalado no camião e que serve para seguir os vários pontos de passagem durante a corrida, não conseguia obter sinal dos satélites. Trata-se de uma situação comum e imprevisível, mas a eventualidade de poder ser um problema mais complicado levou os comissários a reterem o camião durante várias horas, até que se tenha solucionado a falha.

Depois de varios testes, descobriu-se que o problema tinha origem no cabo da antena do GPS, o que obrigou a equipa a procurar um novo cabo. “É curioso como acontecem sempre coisas estranhas. Creio que sou das pessoas que mais cuidados dedica ao seu veículo. Revejo tudo mil e uma vezes, mas quando se mete uma “bruxa” no circuito, ficamos em apuros” salienta resignado Jordi Juventeny.

“Esta situação obrigou-nos a percorrer Buenos Aires à procura de um cabo de GPS com cinco metros de comprimento e foi muito difícil encontrá-lo. No final conseguimos, quase por milagre, já que estávamos perto de penalizar. Para além disso, estivémos várias horas a trabalhar no parque de verificações, porque este cabo passa por dentro do tablier e fomos obrigados a desmontar e montar algumas das suas partes”, comenta Fina Roman.

Novos apoios de última hora

Não foram, todavía as únicas tarefas extra que se colocaram ao KH-7 Epsilon Team já que na véspera tinha recebido a confirmação de um novo patrocinador. Segundo José Luís Criado, “foi uma surpresa, porque não esperávamos que estando já em Buenos Aires nos dessem o OK, mas pelos vistos estavam muito interessados, de modo que de Espanha nos enviaram os logotipos e, já com a prova no seu arranque, tivémos de procurar quem nos fizesse aos autocolantes para colocar no camião. Assim é quando te dás conta que tanto para o mal como para o bem, no Dakar, por muito preparado que estejas, há sempre surpresas de última hora que te trocam os planos. Neste caso felizmente era para o bem”, acrescenta o navegador.

Esta nova colaboração junta-se à equipa como patrocinador minoritário. Trata-se da revista portuguesa Máxima, destinada ao público feminino e que é lider do seu segmento em Portugal. Segundo os responsáveis da publicação, “se decidimos apoiar o KH-7 Epsilon Team é porque temos sempre querido manter um vínculo de colaboração com aquelas mulheres pioneiras que fazem algo fora do normal. Neste caso a co-piloto Fina Roman é a única mulher que participa em camiões este ano e queremos acompanhá-la na sua nova aventura”.

Para além de ser a única mulher nesta categoria, a almeriense residente em Pals (Gerona) é a única española que logrou ganhar um Dakar em camião.