Segunda presença no top-7 final nesta edição Após um merecido dia descanso em Antofagasta, começou hoje a segunda e decisiva metade do Argentina-Chile Dakar 2010. Esquecidos que estão já os contratempos da etapa de sexta-feira, Carlos Sousa regressou às boas exibições para garantir, pela segunda vez nesta edição, um lugar entre os sete mais rápidos do dia. Consolidando o seu sétimo lugar na geral absoluta, o português logrou recuperar tempo aos dois adversários que o antecedem na classificação e ganhar tempo a quase todos os seus perseguidores. Amanhã promete atacar ainda mais forte na despedida do deserto de Atacama…
Retemperadas as forças junto às margens do Pacífico e revista toda a mecânica do Mitsubishi Racing Lancer MRP 10 pela equipa JMB Stradale Off Road, Carlos Sousa iniciou hoje a segunda e última semana do Argentina-Chile Dakar 2010. Pela frente, mais uma etapa longa e duríssima que levou os concorrentes desde Antofagasta a Copiacó, num total de 568 quilómetros, dos quais 472 disputados ao cronómetro.
Nesta que foi a penúltima etapa cumprida no deserto de Atacama, Carlos Sousa passou, desta vez, incólume a todas as armadilhas do percurso, protagonizando uma especial em crescendo que lhe permitiu rubricar, pela segunda vez esta edição, um tempo entre os sete mais rápidos. Mas, mais importante que isso, o português ganhou tempo aos seus dois adversários mais directos na geral, alargando ao mesmo tempo a diferença relativamente aos seus perseguidores.
“Foi uma etapa fantástica e cumprida sem problemas, apesar de uma ou outra hesitação ligeira na navegação. Apanhámos muita pedra logo de início e preferi jogar pelo seguro, evitando furar a todo o custo. Mesmo assim, apanhámos rapidamente o (Nicolas) Misslin o (Krzystof) Holowczyc. Só que, como já adivinhava, eles fugiram depois nas partes rápidas e só os consegui voltar a apanhar quando chegámos às dunas, nos 90 quilómetros finais da etapa”, recorda Carlos Sousa, após garantir o seu quinto resultado, em oito possíveis, dentro top-10.
“Quando chegámos à areia, ainda tivemos que parar para vazar os pneus. De qualquer forma, acho que estivemos muito bem nas dunas e conseguimos mesmo ultrapassar tanto o (Guerlain) Chichérit como o Holowczyc, os nossos dois adversários mais directos na geral. A diferença ainda é substancial, mas faltam ainda seis etapas para o final e vamos fazer tudo para nos conseguirmos aproximar deles e subir pelo menos mais um lugar na classificação”, promete o piloto, na véspera de disputar a última especial desta edição no deserto de Atacama. “Segundo a Organização, será a última grande dificuldade desta edição antes da chegada. Sinto-me muito bem fisicamente e confiante na fiabilidade do nosso carro. Por isso, vou partir mais determinado do que nunca e com uma postura semelhante à de hoje”, conclui Carlos Sousa.
CLASSIFICAÇÃO ETAPA 8 1º Peterhansel BMW 5h06m05s 2º Sainz VW + 45s 3º Miller VW + 1m07s 4º De Villiers VW + 4m01s 5º Al-Attiyah VW + 4m17s (…) 7º SOUSA Mitsubishi + 21m10s
GERAL APÓS ETAPA 8 1º Sainz VW 31h28m13s 2º Al-Attiyah VW + 14m35s 3º Miller VW + 22m28s 4º Peterhansel BMW + 2h02m25s 5º Chichérit BMW + 2h24m13s (…) 7º SOUSA Mitsubishi + 3h29m23s
A ETAPA DE AMANHÃ: DESPEDIDA DE ATACAMA Etapa 9: Copiapo - La Serena Ligação: 0 km Especial: 338 km Ligação: 209 km Total: 547 km
O último dia em Atacama será uma boa oportunidade para aproveitar ao máximo a areia e as dunas: as dificuldades encontram-se nos primeiros 180 km. A pista é razoavelmente aberta e aqueles que chegarem a La Serena já terão passado a parte mais dura da prova em termos técnicos. A longa distância terá, ainda assim, de ser percorrida com calma e sangue frio.
CURIOSIDADE DO DIA Única das principais equipas do pelotão automóvel a manter todos os seus carros em prova, a JMB Stradale Off Road cumpre este ano o seu baptismo oficial num Dakar. Liderada pelo experiente Dominique Serieys, a equipa inscreve cinco Mitsubishi Racing Lancer MRP 10 a gasolina e conta no terreno com o apoio técnico e logístico de um camião 6X6 de assistência rápida (inscrito na categoria T4), quatro camiões 4X4 para transporte de peças e mecânicos e ainda quatro jipes de apoio e um quinto para imprensa. Incluindo já os cinco piloto respectivos navegadores, a estrutura humana da JMB Stradale para este Dakar 2010 é constituída por 49 elementos no total. Ao longo das suas semanas de prova, a equipa tem previsto utilizar 24 mil litros de gasolina e 340 pneus.
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