Português andou “desaparecido” da classificação devido a falha no Iritrack Um erro na fase inicial do percurso que o fez perder cerca de três minutos e um furo já quase com a meta “à vista” que forçou o piloto a trocar a roda e somar mais cinco a seis minutos ao seu tempo final.
Sucintamente, eis o que de mais importante aconteceu a Carlos Sousa no decorrer da mais longa etapa deste Argentina-Chile Dakar 2010, num total de 796 quilómetros, dos quais 466 foram disputados contra o cronómetro.
A apenas dois dias da chegada a Buenos Aires, o português esteve perto de voltar a subir na classificação, recuperando quase 1h15m ao BMW de Guerlain Chichérit e ficando agora a “apenas” 10m15s do francês… Difícil, mas não impossível para aquele que continua a ser o melhor privado e melhor dos Mitsubishi na geral absoluta. Quem hoje tentou acompanhar virtualmente a prestação de Carlos Sousa na página oficial do Dakar – ou mesmo numa das redes sociais que o piloto tem em funcionamento na internet – por certo terá apanhado um valente susto.
De facto, o português pura e simplesmente “desapareceu” da classificação logo a partir dos primeiros quilómetros da especial, não mais voltando a dar “sinal de vida” nos quadros virtuais que a organização da prova vai disponibilizando no seu site.
Sem qualquer informação disponível e com os minutos a transformaram-se em horas, obviamente que todos começaram a temer o pior, multiplicando-se os comentários no seu Facebook e Twitter sobre a verdadeira razão deste alegado atraso: Um problema mecânico que o piloto tenta desesperadamente resolver em pista? O fim prematuro de uma prova que até agora estava a superar todas as expectativas? Ou apenas um erro de leitura com o seu Iritrack?
Estabelecido um primeiro contacto com a Organização e, posteriormente, com um dos elementos da equipa que acompanha o rali num dos jipes de assistência rápida, o mistério ficou, enfim, resolvido, confirmando-se que Carlos Sousa prosseguia normalmente em prova, embora com algum problema no Iritrack do seu carro que impedia a sua monotorização ao longo da especial.
À chegada ao final da mais longa etapa desta edição do Argentina-Chile Dakar, Carlos Sousa ensaiou uma explicação para o problema: “Perdemo-nos logo na fase inicial do percurso e numa zona estreita acabámos por bater com as antenas do carro nos ramos de uma árvore. Julgo que terá sido essa a causa”.
À parte este percalço, o português acabou por realizar uma especial bastante positiva, rodando sempre próximo do grupo dos cinco primeiros. “Após regressarmos à pista correcta, forçámos um pouco o andamento e ultrapassámos alguns carros. Julgo que poderíamos terminar o dia de hoje muito bem classificados, só que já na parte final, quando supostamente ainda faltavam 15 quilómetros para a meta, furámos e decidimos trocar o pneu”.
Uma decisão que, no entanto, se revelou pouco acertada, “uma vez que a Organização decidiu antecipar o final em 10 quilómetros devido à muita afluência de público naquele local. Se tivesse conhecimento disso, é claro que teria prosseguido furado até final, pois teria perdido muito menos tempo. Mas, enfim, estamos aqui no final de mais uma etapa longa e a apenas dois dias de podermos festejar um bom resultado à chegada a Buenos Aires. É claro que o quinto lugar está logo ali, à distância de apenas 10 minutos. Só que, honestamente, acho que será difícil bater um piloto rápido como o Chichérit e logo com um carro de fábrica. Estaremos, isso sim, atentos a essa possibilidade”, concluiu Carlos Sousa, hoje o sétimo mais rápido a cumprir a especial, naquele que foi o seu nono resultado em 12 possíveis no top-10.
CLASSIFICAÇÃO ETAPA 12 1º Sainz VW 3h30m29s 2º Al-Attiyah VW + 52s 3º Miller VW + 4m22s 4º Peterhansel BMW + 10m49s 5º Gordon Hummer + 10m56s (…) 7º SOUSA Mitsubishi + 19m13s
GERAL APÓS ETAPA 12 1º Sainz VW 42h47m24s 2º Al-Attiyah VW + 5m20s 3º Miller VW + 28m12s 4º Peterhansel BMW + 2h20m42s 5º Chichérit BMW + 4h02m50s 6º SOUSA Mitsubishi + 4h13m25s
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