Elisabete Jacinto

Durante vários anos Elisabete Jacinto desafiou o universo masculino, competindo em moto, nas mais difíceis competições de todo-o-terreno, disputadas em diversos continentes. Todavia, para esta professora de Geografia, que aos 24 anos de idade aprendeu a pilotar uma máquina de duas rodas, com o intuito de dela se servir para o dia-a-dia, o maior desafio foi sempre consigo própria, acreditando que a vontade e tenacidade superam todas as barreiras.

Depois de muitas vitórias em motos e uma breve passagem, também vitoriosa nos automóveis, os grandes desafios continuam a encontrar eco na tenacidade, internacionalmente reconhecida de Elisabete Jacinto.
Três meses depois de ter obtido a carta de condução de pesados, eis que se apresenta à partida, para a edição das bodas de prata do Dakar, instalada aos comandos de um Camião. É um tipo de máquina, que encontra na prova africana, um magnífico espaço para competição, mas que apenas por duas vezes, atraiu candidatas do sexo feminino.

Ontem, em Marselha, Elisabete apresentou-se pronta para esta nova aventura. «Estou muito entusiasmada e tenho recebido incentivos de todo o lado. Desde os meus antigos “companheiros” nas motos, aos mais cotados nomes dos automóveis. O próprio Hubert Auriol, director da prova, me felicitou por esta “loucura”. A equipa também está muito entusiasmada e com um grande sentido de profissionalismo que deu, inclusive, para sermos os primeiros a entrar em Parque Fechado após as verificações».

Caberá a Elisabete Jacinto mostrar, uma mais vez, que sabe aliar o charme de ser mulher, a uma vontade férrea de vencer todos os grandes desafios que tem enfrentado ao longo de uma brilhante carreira, sabendo que tem um país de olhos postos em mais uma das suas grandes aventuras. Porventura a mais radical de sempre.