Elisabete Jacinto no Dakar 2003

Do sonho até à realidade foi apenas um curto passo de apenas três meses. Em Outubro a participação no Dakar em automóvel tinha “abortado” na sequência da falência do Toyota Trophy e Elisabete Jacinto preparava-se para, pelo segundo ano consecutivo, assistir do lado de fora, à mais mítica das provas de todo-o-terreno, onde um dia sonhara participar e mais tarde viria a triunfar na Taça das Senhoras aos comandos da sua KTM Rallye.

Só que, com a carta de pesados acabada de tirar, no propósito de daqui a uns anos concretizar um novo sonho, o de participar na prova aos comandos de um camião, e eis que o sonho se transforma num ápice em realidade e Elisabete Jacinto arrancou esta tarde para a sua quinta participação no Dakar, a primeira onde participa pilotando um robusto Mercedes T4 do Team Tibau Trifene 200, sendo para além disso apenas a terceira vez que uma mulher se atreve nesta categoria.

Hoje, após a 1ª especial cronometrada, Elisabete estava orgulhosa desta nova fase na sua carreira. «Ontem cheguei ao final da etapa eram 4 da manhã, já que os camiões foram os últimos a fazer o prólogo. Foi a minha primeira experiência competitiva e com aquelas lombas todas foi um baptismo e pêras. Hoje, numa especial muito técnica, acho que dei conta do recado, mas tive mão-de-obra que nunca mais acabava. Curva e contra-curva, sob e desce, ganchos com ângulos bem apertados. Suei que me fartei, mas a minha principal preocupação foi não cometer erros, embora tenha partido o espelho do lado direito, numa zona mais apertada. De qualquer forma, e pese a minha inexperiência, consegui andar no ritmo de um bom lote de camiões, já que a certa altura íamos em fila, sem nos pudermos ultrapassar pois a pista não o permitia. Felizmente que não havia lama, senão tinha sido ainda muito mais complicado». Elisabete terminou o troço na 42ª posição deixando atrás de si 9 concorrentes.

De recordar que esta participação de Elisabete Jacinto no Dakar tem sido fortemente apoiada por importantes figuras do desporto nacional, como seja o caso de Mário Jardel ou os irmãos Domingos e Dionísio Castro.