Lutar, sobreviver, resistir e agora ...atacar

Depois de um início de prova extremamente movimentado e conturbado o piloto do Desert Yamaha Berner Quad Team, Ricardo Leal dos Santos, espera que esta segunda metade da prova, se bem que difícil, possa abrir caminho a que, pela primeira vez, um piloto de Quad português complete um Dakar.

Hoje, em Siwa, no Egipto, o dia está a ser de repouso para Ricardo e de muito trabalho para o seu mecânico. «Como ontem fomos obrigados a ficar na fronteira, por causa da mina que explodiu, não deu para montar acampamento nem começar a desmontar a moto, já que esta manhã tivemos de arrancar de madrugada para fazer os 100 quilómetros que faltavam até Siwa», salientou o piloto.

Para Ricardo este Dakar está a ser «uma mistura de vários sentimentos e emoções. Parti a saber que iria ser muito difícil, como é sempre para um piloto de Quad, e eu tinha disso a experiência quando tentei em 2000. Não entrei atemorizado e fui andando ao meu ritmo Estava a sair-me bem quando aconteceu aquele estúpido acidente. Ainda hoje não percebo como me safei. Acho que tive sorte, mas sofri muito e tive de lutar para sobreviver nos dias seguintes. Eram as dores, uma moto muito degradada e qualquer tipo de ambições desportivas tinham ido por água abaixo. Restava-me lutar por atingir Sharm El Sheik, e é isso que tenho vindo a fazer, com mais ou menos dificuldades mas com a possibilidade de poder apreciar as magníficas paisagens da Líbia, que são do mais espectacular que vi até hoje. Aqui em Siwa não há nada de especial para ver e tenho passado dia a acompanhar o Gonçalo, que está a tentar melhorar o mais possível a minha Yamaha para nos próximos dias atacar com força e garra a etapas que faltam até ao fim deste Dakar».