"O rallye engole-nos inteiros"A repousar no acampamento de Siwa, depois de vários dias ininterruptos nas pistas da Líbia, Elisabete Jacinto, a piloto Trifene 200, aproveitou para fazer um balanço da participação do Team Tibau Trifene 200 nesta edição do Dakar 2003.
«Tenho de facto pena por estar fora da competição, mas tudo o que tenho vivido nestes últimos dias é muito mais do que eu poderia alguma vez ter imaginado e um valor acrescido em experiência, que me poderá vir a ser muito útil no futuro. Um futuro que eu espero que possa vir a existir porque me sinto muito bem a conduzir um camião e acredito plenamente que se puder voltar a estar em prova, em melhores condições, serei capaz de ultrapassar as dificuldades. Estou bem preparada fisicamente, e isso tem sido uma enorme vantagem. Conduzi muitas horas seguidas, sem qualquer tipo de problema, a não ser ... o de que os quilómetros passarem muito devagar. Apesar de ser um “bicho grande”, o camião conduz-se com muita leveza e estou certa de ter um “feeling” para a sua condução. Entretanto, foi muito bom ter reencontrado a caravana do Dakar. Já me estava a sentir muito isolada, parecia que o rali nos tinha engolido. Agora vamos fazer o percurso dos camiões T5, e vou ter que ter muito cuidado, pois estou sem mecânico, e nem eu nem o Charlie, percebemos o suficiente de mecânica para qualquer reparação mais cuidada. Para além disso, não temos pás, pranchas ou cintas, já que deixámos tudo com o Raffa e o David. A marcha atrás custa imenso a entrar, o overdrive já não funciona e a 2ª, 4ª e 6ª, saltam frequentemente». |