Na 16ª etapa perdeu-se juntamente com outras motosJá só faltam 56 quilómetros para que o piloto do Desert Yamaha Berner Quad Team, Ricardo Leal dos Santos, possa dar como vencida a sua aposta de completar um Dakar de Quad, mas “até ao lavar dos cestos é vindima” e, para o único representante português na competição de moto, a vindima de hoje foi bem complicada.
Já em Sharm El Sheikh, Ricardo descreveu o rol de situações pelas quais passou hoje: “Até CP1, que era apenas ao Km 137, aconteceu-me um pouco de tudo. Comecei por partir o apoio de um dos pés, o que me obrigou a parar para fazer “bricolage”. Depois a navegação tornou-se bastante difícil, porque tínhamos de contornar uma grande montanha e não era muito explícito por onde o deveríamos fazer. Juntamente com um grupo de motards optámos por ir pela esquerda.
Ao fim de 10 quilómetros, já estava a voltar para trás porque não me parecia ser o caminho correcto, quando nos cruzamos com uma das Nissan oficiais, a do Thierry Delavergne. Convencidos de que afinal era mesmo por ali, lá voltámos nós para trás quando ao fim de 40 quilómetros, a Nissan estava de regresso.
Foram mais de 80 quilómetros perdidos e entretanto, na sequência do apoio do pé partido, a estrutura da moto ia cedendo e eu parando para a remediar. Com este tempo todo perdido, retomámos a pista quando já tinham passado a maioria dos carros e dos camiões e o percurso tinha-se transformado num inferno.
Em CP2, já com duzentos e cinquenta quilómetros, era o ponto onde se fazia o reabastecimento. Aí aconselharam-nos a tomar o alcatrão até ao final, já que a pista tornava-se muito pior e iríamos ter grandes dificuldades. Falhámos o CP3, mas foi a opção mais correcta e dos Quad só quatro passaram por lá. Vou levar uma penalização mas não altera a minha classificação.
Agora, falta pouco mas não quero deitar foguetes antes da festa. Amanhã, quando terminar a especial é que poderei dizer como é terminar um Dakar”.
O português Leal dos Santos percorreu os 365 km da especial de hoje, terminando em 84º lugar, o que o posiciona na 90ª posição da classificação geral.
Amanhã, com Sharm El Sheik em festa, por receber a caravana do Dakar, disputa-se uma derradeira especial com apenas 34 quilómetros, seguidos de um percurso de mais 9 até ao pódio, onde os “heróis” serão consagrados. |