Missão cumprida

Depois de se ter visto forçada a abandonar a competição, Elisabete Jacinto continuou presente na caravana do Dakar onde pode prestar assistência a outros pilotos em prova.

Aos comandos do seu camião Mercedes, do Team Tibau Trifene 200, a ex-motard transportava peças de substituição e diversos equipamentos necessários para o dia-a-dia de várias equipas em prova, nomeadamente o único representante português na competição em moto que pilotava um Quad.

Depois de mais de 10.000 quilómetros percorridos «sinto-me cada mais habituada à condução do camião. O difícil agora vai ser passar a conduzir um carro ou moto no dia-a-dia. Foi uma experiência maravilhosa e prometo que tudo vou fazer para que se volte a repetir. Em primeiro lugar estou satisfeita por ter superado todas as dificuldades da minha inexperiência. Dei provas disso nas várias etapas em que estive em corrida e particularmente quando, em plena etapa de dunas na Tunísia deixei 15 camiões atrás de mim na classificação da etapa. Depois, e só mais tarde me apercebi disso, havia muita gente que pensava que não era eu que conduzia. Quando na Líbia encontrei o José Megre, ele ficou espantado por me ver ao volante e o mesmo se passou no Bivouac com muita gente. Agora já todos se renderam à ideia de que "é ela quem conduz".

Por outro lado o treino físico que sempre desenvolvi para fazer estas provas de moto e que nunca deixei de fazer, permite-me estar muito à vontade para as grandes tiradas que é necessário fazer, especialmente com um camião como este, que já acusa algum cansaço e que não anda à mesma velocidade que os outros.

Todavia, isso agora é o menos, e o mais importante tem sido poder manter o contacto com a prova, estar com esta caravana magnífica que é o Dakar e ver os sítios magníficos por onde este Dakar passou e que de moto nem tive qualquer oportunidade de apreciar», declarou Elisabete Jacinto, esta manhã, em Sharm El Sheikh, no final da sua quinta participação no Dakar e a primeira aos comandos de um camião.