Villar e Marques terminam mais longa etapa do Dakar em 43º

Imagine uma etapa com 1055 quilómetros, dois quais 701 são contra o relógio, por entre muito sol, calor, pó, areia, dunas, pedras, ao volante de um Nissan Patrol GR, com perto de 2500 quilos de peso.

Foi precisamente este o cenário pelo qual Bernardo Villar e Paulo Marques passaram hoje, com a dupla portuguesa a conseguir concluir com sucesso a mais dura e longa etapa do Telefónica/Dakar 2004. A dupla lusa terminou com o 43º melhor tempo, o que lhe vale ocupar agora a 40ª posição à geral!

Se ontem Paulo Marques teve bastante trabalho a ultrapassar cerca de 50 concorrentes ao longo do dia, não se pode dizer que Bernardo Villar, hoje remetido a piloto da única formação portuguesa presente na edição deste ano do Dakar, não tenha passado pelo mesmo. De facto, o piloto do Pinhal Novo, que na Europa não se tinha sentado ao volante do Nissan Patrol GR, “recuperou” o tempo perdido e passou mais de 10 horas a ouvir as notas de Paulo Marques.

Depois de um dia cansativo, Paulo Marques lembra que amanhã, apesar de mais curta, a etapa não será a mais fácil devido a um “pormenor”: “Trata-se da etapa maratona deste Dakar. Quer isto dizer que não existe assistência no final da ‘especial’, o que obriga os pilotos a terem muito cuidado com a mecânica pois todos os estragos daí resultantes terão que ser reparados pelos próprios à chegada... roubando preciosas horas de sono.”.

Assim, a oitava etapa (entre Atar e Tidjikja) irá utilizar um percurso inédito, por entre vários “ergs”, autênticas armadilhas para a mecânica dos carros. No total, são 393 quilómetros, dois quais 355 são cronometrados.

À chegada, não existe assistência, visto tratar-se de uma etapa maratona, ou seja, a assistência estará apenas disponível no final do dia seguinte (sexta-feira).