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Fri, 17 May 2024
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Dakar 2005

 
 
Team Brisa – Motivo faz o balanço em Atar

Uma prova ímpar com muitos "heróis"


Na hora do primeiro balanço do Dakar 2005, em repouso na cidade de Atar na Mauritânia, a equipa Brisa-Motivo faz o balanço dos primeiros dias de prova, assinalando as dificuldades por que passou e também referindo as alegrias que viveu dentro do Patrol da Promotech.

Antes da partida Patrick Zaniroli começou logo por “enganar” toda a gente, afirmando que a edição deste ano seria menos curta e menos intensa... Mas Bernardo Vilar não partilhava desde logo dessa opinião:
Bernardo Vilar: Conforme já previa, o Dakar 2005 não é nada curto e muito menos pouco intenso, como ele dizia. A minha experiência dizia-me que qualquer Dakar é sempre bastante duro e traz sempre surpresas, pelo que me preparei para o pior. Penso que temos mantido a atitude correcta que é a de e a de apenas tentar chegar dentro do tempo CP final; É esse o nosso objectivo diário e é com ele que vamos continuar.
Para um estreante como Pedro Gameiro, as primeiras sensações são as de que está a viver uma experiência grandiosa e marcante para toda a vida:
Pedro Gameiro: O Dakar é completamente diferente de tudo aquilo que eu estava à espera; A dureza das pistas, a pressão da corrida, o “bivouac”, a ansiedade criada por se algo corre mal no meio do deserto - no meio do nada - faz com que cada dia seja vivido nos limites. Mas vale a pena! Temos sempre uma gigantesca maratona pela frente que enfrentamos com um sorriso e com uma enorme vontade de ultrapassar.
Depois da “fiesta” espanhola, e de uma entrada “suave” em África via Marrocos, a caravana deparou com a Mauritânia e logo no segundo dia tudo se ia desmoronando... Como foram essas horas terríveis até Tichit?
Para Bernardo Villar as coisas eram muito claras: Antes de partirmos às 12:39 lembro-me de ter dito ao Pedro que o nosso dia não ia ser fácil e que ele se tinha de preparar para o pior; Dito e feito!!! Ao km 280 da especial de 650kms a noite caiu, a partir desse momento foi à antiga, com toda alma e coração. Nessa altura garanti a mim mesmo que tudo ia fazer para “contrariar a vontade do organizador (acho que eles queriam que nós ficássemos pelo caminho)...
Não lhe demos esse prazer e conseguimos concluir com sucesso aquela que eu julgo vai ser a etapa, que vai ficar para a historia como uma das mais duras da minha vida em termos de Dakar.
Relativamente ao Pedro, superou qualquer coisa que eu pudesse pensar acerca dele... Parecia que estava em casa, calmo, seguro e a fazer uma navegação muito inteligente. Nunca o vi com vontade de baixar os braços pelo que penso que se o pudesse avaliar como "aluno”, passava-o com distinção. Espero que continue com o mesmo desempenho ate ao Lac Rose.
Para Gameiro, estreante neste tipo de percursos e alheado da importância e dos perigos encontrados na Mauritânia, a sensação de responsabilidade foi enorme, mas o piloto não se deixou abater pelas contrariedades que lhe foram aparecendo...
Pedro Gameiro: Senti o Bernardo muito preocupado antes da partida. O ambiente era extremamente pesado dentro do carro apesar de tudo fazer para animar o meu companheiro de equipa, mas não conseguia... Ainda antes da partida perguntou-me: “sabes no que nos vamos meter?” Respondi que não, mas sempre lhe fui dizendo que com ele ia a todo o lado, até mesmo ao” fim do mundo".
Receava a navegação, mas no dia anterior com a ajuda de um técnico português dos GPS fiquei mais confiante após uma curta explicação. Com o passar dos quilómetros tudo bateu certo, pelo que a calma voltou. O Bernardo pelo seu lado a cada duna que passava esboçava um ligeiro sorriso... E como naquele dia passámos centenas de dunas.... Imagine-se o seu sorriso quando chegámos... Fez uma condução brilhante, cheia de garra, de paixão e mostrou conhecer o deserto como poucos!
Mesmo assim sofremos muito e foi horrível ver tantos companheiros nossos parados na pista. Houve quem lá ficasse dois dias à espera que os fossem buscar...
A equipa está ainda mais confiante, porquanto o Nissan Patrol se mantém muito sólido, sempre apoiado por uma equipa de profissionais como é a Promotech. Mas não é só disso que a equipa nacional gosta:
Bernardo Vilar: Uma vez mais creio que foi uma boa aposta. O nosso Patrol tem estado sempre ao nosso lado, mas ainda assim ontem pregou-nos um grande susto, quando as transmissões se desapertaram. De pilotos passámos a mecânicos durante várias horas, mas uma vez mais fomos uma verdadeira equipa e depois de apertar tudo, lá fomos nós outra vez.

Pedro Gameiro: o carro tem uma condução fantástica e um comportamento exemplar. Não é um topo de gama mas ao mesmo tempo penso que se trata da melhor opção para tentar chegar ao fim . Para além disso a Promotech é uma jovem equipa italiana, latina, portanto, que nos recebe sempre com um grande sorriso e um grande abraço. Sentimo-nos mimados e isso é muito bom…
As condições atmosféricas não nos dão tréguas. Tempestades de areia, ventos fortes, enfim toda a visibilidade muito diminuída e por consequência a navegação e a condição limitadas.
Mesmo assim ainda há tempo para pensar no futuro e ter saudades de casa e de... outras coisas:
Bernardo Vilar: Eu este ano ainda gostava de ir á Tunisia. Vamos lá ver se os patrocinadores estão de acordo, mas é um projecto que tenho.

Pedro Gameiro: Este Dakar está a ser uma grande escola para mim. África e o deserto podem ser os meus próximos objectivos. É preferível optar por estas grandes maratonas africanas que ficar pelo nosso campeonato nacional.
Saudades:
Pedro Gameiro: Da família – que me acompanhou ainda durante as etapas em Marrocos – que lá está a torcer por nós em Lisboa. Tem sido duro sem eles, mas temos estado em contacto, eu e o Bernardo!
Ah! E saudades das motos... principalmente nas dunas! Cada uma que passamos com o nosso pesado – mas querido, atenção – Patrol, mais saudades sentimos das nossas motos. Isso é que eram corridas, aventura pura... de outros tempos!
Agora, de Nissan Patrol GR, as responsabilidades são outras:
Bernardo Vilar: Os nossos patrocinadores podem estar seguros de que tudo faremos para chegar a Dakar. Estamos muito mais perto e, como sempre, muito confiantes.
Luís Caramelo, 2005-01-09
 
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