Após uma noite sem dormir

Depois das dificuldades sentidas na sétima etapa de ontem, Elisabete Jacinto, aos comandos do Renault Kerax Rallye Raid da equipa Renault Trucks/Trifene 200, demorou mais de vinte e quatro horas para ligar Atar a Noukchott. Um percurso onde a piloto portuguesa viveu um rol de peripécias típicas do Dakar.

Dos 521 quilómetros do dia, 499 deveriam ter sido disputados ao cronómetro, embora para a equipa portuguesa apenas o foram cerca de uma centena. “Vínhamos num excelente ritmo quando, ainda faltava um bocado para o CP1, não consegui meter a 5ª velocidade. O camião tem dois ”H”, cada um com quatro velocidades” explica Elisabete Jacinto para quem “depois de mais duas tentativas percebi que estava mesmo com um problema na caixa de velocidades. Saímos e o Rui foi ver o que se passava. Não era possível resolver o problema na pista e em 4ª o camião não passava do 30 a 35 km/h. Em CP1 disseram-nos que os mauritanos, que para ali tinham levado o combustível para as motos, sabiam de uma pista que ia dar à estrada que liga Atar a Nouakchott e por onde se evitavam os cordões de dunas que tínhamos pela frente. Face à nossa complicada situação achámos que era uma boa alternativa, até porque eles tinham GPS. O pior foi quando a noite chegou e eles se perderam por completo. A certa altura apareceu um carro da organização mas que também estava completamente perdido. Por essa ocasião já éramos três camiões e oito carros. Acabámos por regressar ao percurso da prova e esta manhã, a passo de caracol cá chegámos. Felizmente que isto aconteceu antes do dia de descanso. Caso contrário, não tínhamos tempo para reparar o problema. Foi pena porque era uma etapa muito ao meu jeito e estou convencida que ia fazer um bom resultado. Agora vou descansar e, a partir de amanhã, com a classificação geral comprometida, vou tentar andar o mais rápido possível, para fazer bons resultados nas etapas, se possível ainda melhor do que consegui fazer em Marrocos”.