Adelio Machado partiu para a 10ª etapa do Lisboa-Dakar como o terceiro melhor português, após concluir os 599 km da especial mais longa da prova, ligando a capital mauritana – Nouakchott a Kiffa, na 53ª posição, ocupando à partida para a entrada no Mali no 58º posto da geral.

Ultrapassada a barreiras dos primeiros 6.000 quilómetros do Lisboa-Dakar, Adélio Machado e Laurent Flament, cumpriram no dia de hoje a décima das 15 etapas da 28ª edição da mais dura e longa prova de Todo-o-terreno do mundo. Uma especial bem mais calma, e menos desgastante do que a do dia anterior “de facto a nona etapa, depois do dia de descanso, foi das mais duras deste Lisboa Dakar. Voltamos a sentir problemas com a embraiagem e perdemos bastante tempo para ultrapassar duas dunas. Acabei por chegar ao «bivouac» já depois das quatro da manhã, felizmente encontro-me muito motivado e bem fisicamente” afirmou Adelio Machado.

A etapa de hoje com apenas 283 km de especial terminou com mais uma excelente prestação do piloto de Famalicão que subiu ao 46º posto da geral depois de ter chegado a kayes (Mali) na 51ª posição “foi uma etapa tão curta que no final virei-me para o Flament e disse-lhe «já terminamos» como é bom chegar ao acampamento ao final do dia”.

Com um tipo de piso muito semelhante às bajas portuguesas, esta tirada “não deixou de ser perigosa, sendo contudo mais rápida, sem areia mas com muitas pedras e árvores. Não permitia qualquer erro, não podia-mos sair dos trilhos, eram estreitos” começou por dizer Adélio Machado que voltou a contar com o Toyota Land cruiser em boas condições “os problemas de embraiagem deixaram de existir com a ausência da areia. Voltamos a imprimir um ritmo muito moderado, porque o objectivo é chegar a Dakar e faltam ainda mais cinco etapas” referiu o piloto que conseguiu confirmar o terceiro lugar de melhor português, e tem agora pela frente apenas 1200 quilómetros cronometrados até ao tão desejado e apetecido “Lac Rose” no Senegal “é bom saber que fomos regulares ao longo destes 2/3 do Lisboa Dakar e sou o terceiro melhor português, um resultado que me deixa muito contente, para quem se estreia nesta dura prova de TT e com apenas cinco provas no nacional da especialidade”.

A etapa de amanha, a 11ª irá ligar Kayes a Bamako, numa extensão de 705 quilometros. Embora o traçado tenha tentado evitar a reserva de fauna de Badinko e a reserva de biosfera do arco do Baoulé, a caravana progride num cenário sumptuoso, com uma sucessão contínua de florestas e savanas. Como as pistas são estreitas, recomenda-se uma extrema prudência no caso de erro de navegação que implica meia volta.