Etapa feita em ligação possibilitou avaliar novo terrenoCom a tirada de hoje anulada para as motos em respeito pela morte de Andy Caldecot ontem, Paulo Gonçalves e os restantes membros da caravana do Dakar efectuaram os 333 km da tirada em ligação. Uma boa oportunidade para o piloto do Team Repsol/Honda rodar de forma descontraída e fazer uma primeira avaliação do tipo de terreno que vão encontrar daqui para a frente.
“A organização, com a concordância de todos os pilotos, optou por neutralizar a tirada de hoje para as motos, o que considero uma boa decisão pois estávamos todos um pouco abalados com o que se passou ontem”, começou por adiantar Paulo Gonçalves já em Kayes, Mali. “Não é preciso conhecer bem o piloto, só o facto de ser alguém que faz o mesmo que nós e anda connosco pelo deserto – mesmo que não seja na nossa roda – deixa-nos a todos em baixo”, confessou “Speedy”.
“Mesmo com muitas coisas a passarem pela cabeça, o dia de hoje acabou por ser bem calmo. Entrámos num novo tipo de terreno, bem mais pedregoso e com muitos regos. Ao estilo do que encontrámos em Marrocos, pelo que os cuidados terão de ser redobrados agora”, adiantou o piloto de Esposende preocupado com a navegação.
“Se até aqui o problema da navegação era a falta de pontos de referência, de agora em diante são as aldeias. Estamos a entrar numa região com muitas povoações e sempre que entramos numa temos vários caminhos para escolher e apenas um é o correcto. Por isso é necessária mais atenção para evitar perdas de rumo. Hoje já tive essa experiência. Mesmo sem a pressão de correr contra o cronómetro, eu e outros pilotos andámos um pouco às aranhas para encontrar o rumo e perdemo-nos algumas vezes”, referiu o homem do Team Repsol/Honda.
“Já estamos quase em Dakar e agora só quero continuar a subir na classificação, como tenho feito até agora, e levar a minha CRF 450X à melhor posição possível”, rematou Paulo Gonçalves. |