Maldito póRicardo Leal dos Santos completou ao cair da noite a 10ª etapa do Euromilhões Lisboa Dakar cumprindo os 333 quilómetros que ligaram Kiffa a Kayes tendo terminado o sector selectivo na 69ª posição. O piloto que tem vindo a surpreender pela sua capacidade de enfrentar a prova a solo, sentiu ao longo desta etapa as dificuldades próprias da entrada na África negra.
De Kiffa até Kayes, os concorrentes e toda a caravana cumpriram a 10ª etapa com uma especial de 283 quilómetros que começou na Mauritânia e terminou no Mali. Para Ricardo Leal dos Santos “o problema foi o pó. Parti atrás de muita gente devido à penalização que sofri na 8ª etapa e porque esta manhã não actualizaram a ordem de partida. Logo no início fui atrás de camiões que iam a passo de caracol, mas para os passar foi um suplício. Muitas vezes tinha de travar a fundo no meio do pó e quando este baixava estava defronte para uma árvore. Depois, a navegação torna-se mais complicada. Atrás de concorrentes não posso tirar os olhos da pista e se eles se enganarem eu também me perco. Foram várias as vezes que isso aconteceu. O pior é que depois passavam por mim concorrentes que eu já tinha ultrapassado. Por outro lado o calor chegou em força e o fato foi um enorme estorvo. Tive ainda uma paragem no início da etapa para ajustar a pressão dos amortecedores que não estavam regulados para este tipo de pista ”.
Amanhã entre Kayes e Bamako disputa-se a 11ª etapa com uma especial de apenas 231 quilómetros. Ainda que o traçado tenha tentado evitar a Reserva de fauna de Bamako e a Reserva de bioesfera do Arco do Baoulé, a caravana passa num local sumptuoso, com uma sequência de florestas e savanas. Mas as pistas muito estreitas obrigam à máxima atenção no capítulo da navegação, uma vez que voltar atrás significa ficar de frente para os restantes concorrentes. |